terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Homem Moderno E Suas Mulheres

Só para fazer uma pequena introdução, este texto é baseado nas impressões que tive ao ler o artigo de Arnaldo Jabor, no jornal A Tribuna de Santos, do dia 15/09/2009.

  Me ocorre pensar nas pequenas mudanças e evoluções que ocorreram nas relações entre os seres humanos neste novo século. Me ocorre, também, pensar no ser masculino e seu papel na sociedade atual, mediante todas as modernidades e conhecimentos que o cercam e influem no seu comportamento. Dito isto, é possível perceber algumas coisas. O homem hoje está bem diferente das gerações anteriores. Sabemos que a grande realização para um homem é o destaque que o mesmo obtem no meio em que vive. Isso advém de uma série de aspectos, mas há muitos anos atrás, um homem influente era sempre aquele que detinha maior conhecimento, força intelectual e física, que o levava à acumulação de posses e, logo, à riqueza. Para este homem, o conceito de felicidade era uma família sólida, uma mulher devotada, uma moradia digna e o respeito de seus semelhantes. Para uma mulher, o orgulho era ser esposa de um homem como este.

  O tempo passou, algumas revoluções ocorreram, a mulher se libertou das amarras que a sociedade a impunha, e o homem passou a conviver com isso, se adaptando e se adequando às necessidades desta nova mulher. Durante os anos de 1960, o homem de destaque passou a ser aquele que não se conformava, que contestava o status quo, e a partir disso buscava a revolução. Grandes figuras desta época se destacaram pela sua luta contra o conformismo, pela liderança exercida sobre aqueles que eram oprimidos, e pelos projetos de um futuro mais democrático, numa sociedade mais justa. Chamem-os de Hippies, chamem-os de Comunas, estes caras eram incomuns e, obviamente, poderiam ser o sonho de qualquer mulher da época. No fim, o que fazia este homens serem desejados eram as suas capacidades intelectuais próprias.
O contestadores enfim conseguiram. Vivemos hoje num período de liberdades infinitas e democracia plena. A informação não é mais um luxo, é necessidade. O conhecimento é grátis, e o legado daqueles que, no passado, sonharam esta sociedade de hoje está aí para ser reverenciado. Qual é o produto disto? O retrocesso.

  Chegamos num período um tanto sombrio. Mulheres e homens livres, cheios de pequenos poderes que os elevam ao status de pequenos ditadores de suas vidas. Para os homens, ser destaque hoje não é mais uma consequência, e sim uma necessidade. Um homem que se destaca hoje é, acima de tudo, um fodedor incansável, um desportista radical, um Adonis sarado sem pêlos corporais e com roupas assinadas por estilistas italianos pansexuais. Para este novo indivíduo - um subproduto do marketing agressivo e da internet irrestrita - o mundo é uma grande vagina e ele, um grande pênis voando a mais de 300 km/h em sua direção. Não há limites, morais ou não, para este novo homem. A sua moral e ética se esvai à medida que seu vômito pós-balada se perde pelas esquinas das grandes cidades, e quando leva a sua foda do dia ao motel, ainda ébrio, sem nem mesmo saber o nome da presa a ser comida. A paixão virou uma grande piada. Este homem rí da paixão alheia, chama de fraqueza, coisa de corno. Com ele o mecanismo é bem simples: chegou, elogiou e comeu. Ele não faria isto sem a ajuda da outra face da moeda. Sim, as mulheres. Elas estão tão podres quanto. Não mais admiram a inteligência, caráter, altivez e boa conversa de seu parceiro. Querem multiorgasmos, grana no banco, crédito irrestrito e muitos, mas muitos cuidados com a vaidade. Esta mulher moderna despende 2, 4 horas por dia na academia, compra toneladas de ornamentos, cremes, compra calcinhas e roupas cada vez mais insinuantes, turbina o peitão, empina o rabo, sobe no salto e cai na balada, assim como as celebridades que admiram. Sua moral é débil, assim como sua inteligência pouco usada. O que ela procura? Ora, ela não quer nenhum idiota falando sobre a visão utópica que um Vinícius de Moraes tinha sobre a alma feminina, e de quanto ele as admirou por toda a sua vida. Esta mulher quer ouvir sobre boates da hora, sobre grifes da moda, sobre carros transados e sobre quanto elas são gostosas.

  Este homem e esta mulher se merecem. Eles se encontram, fodem-se, e se esquecem. Em algum momento vão perceber o quão é importante amar. Talvez quando seus corpos já não tiverem a mesma tonicidade e sensualidade de outrora. Talvez quando alguma moléstia lhes ocorrer. O certo é que isto demorará um tempo. Ao perceber o quanto a sociedade atual precisa retomar algumas virtudes do passado, me acuso de saudosista. Porém sei, em meu íntimo, como um eterno amante das mulheres, que a humanidade pode e deve melhorar sob pena de formarmos indivíduos no futuro cada vez menos capazes de excercer uma coisa que é inerente à raça humana: o sentimento. Sem ele, somos somente formas de vida insignificantes e inúteis. A psicopatia é a falta de sentimento e, ser psicopata está na moda hoje.