quarta-feira, 25 de maio de 2011

Diz a Ela Que...

O que mais um tolo necessita do que uma forma de difundir suas tolices? Um poema com interlocução.


Diz a ela que me enojei,
diga que me enganei,
fui afoito e intempestivo,
que me dei por vencido.

Diz a ela que tentei,
que me expus, me magoei,
diga que estou ótimo,
mas que não haverá um próximo.

Diz a ela "foi só uma aventura",
que foram rompidos os laços de ternura,
diga que clamo por distância,
para me afastar de sua arrogância.

Diz a ela que prefiro romper,
uma ilusão não há de crescer,
diga-a que é promíscua,
diga-a que é oca, inócua.

Diz a ela o que é sentimento,
que nem tudo é momento,
que ninguém é descartável,
que a sua indole é desagradável.

Diz a ela que a desprezo,
que não mais a tenho apreço,
que sua embalagem pode ser atraente,
mas seu interior abriga uma alma doente.

Diz a ela que a vida a ensinará,
que seu sexo não mais a servirá,
os anos de ouro não são eternos,
só nós sobram os amores ternos.

Diz a ela que o tolo morreu,
que ninguém assim venceu,
fica somente o ensinamento,
para um idiota que ficou atento.

Diz a ela que não há rancor,
apenas um leve torpor,
causado pelo golpe furtivo,
quando dado de supresa é mais doído.

Diz a ela que outros virão,
que sua "bela carcaça" os atrairão,
diga que serás um mero brinquedo,
que por ela não guardarão segredo.

Diz a ela que é fadada a solidão,
ao agir como uma medusa sem coração,
diga que o futuro para ela é nefasto,
satisfeito assim me afasto.

Diz a ela que há muitas assim,
que se locupletam, usam e fim,
mas as coisas são ciclicas,
amanhã tudo se complica.

Diz a ela que a mim resta só o lamento,
mas que estou mais atento,
que amanhã pode ser ela,
a vida recompensa a quem espera.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Uma Descrição Pessoal, Segundo Eu.

Já que não agradei ao descrever quem considerava especial, resolvi me auto descrever. Sem lirismo ou enrolações, somente uma descrição pura e simples e em poucas linhas. Antes eu do que qualquer um...(a)

Ao acordar, gosto de me higienizar, ao dormir prefiro assistir algo desinteressante para que o sono venha galopante. Nas refeições sou ritualista, para mim cada momento em frente a um prato de comida é como uma devoção à mais sagrada das benesses: ter o que comer. Já disse, sou filho de Baco e como tal elevo a comida e a bebida a um altar dos prazeres divinos. Nada monástico, eu admito. Mas desde quando falei que tinha veia religiosa ou coisa que o valha? Sou um mero mortal, um pecador perdido nesta humanidade suja. Um camundongo no subterraneo cercado por outros camundongos, se alimentando dos restos uns dos outros. Ninguém é especial. Está vendo como me autocritico? Sim, sou o meu maior critico. Me cobro porque sei que falho. Sou falível, acreditam? É, eu falho...

Sou filho de Baco, eu repito. Meu corpo não tolera o vinho e eu brigo com ele, enfiando este néctar goela abaixo. Não há nada comparavel ao desejo por um bom vinho. A cada garrafa aberta, é como uma descoberta. Nada mais é que uva fermentada e envelhecida em tonéis, mas cada um tem um tom, um cheiro, um sabor. Ah, eu jurei que não ia falar de mulheres neste texto, e nem mesmo fazer metáforas entre mulheres e bebidas. Isto é tão cliche! Digamos assim, quando quero beber, bebo mesmo. Já me encontro em certa falencia hepatica. Eu sei, eu sei, eu conheço os sinais. Problemas na digestão, inchaço abdominal...é, o figado pede socorro e eu peço mais uma garrafa. Meu sangue é muito grosso para tomar vinho nesta terra cabralesca tropical, citando Hunter Thompson. A cada taça meu corpo sua em bicas, desesperado pelo clima úmido/caliente destas terras que dizem serem abençoadas. Nascedouros de mosquitos e doenças, eu digo!

Meu físico é nababesco. É uma mistura horrenda de musculos errados e gordura inaceitavel. Se eu fosse uma pintura surreal de Dalí, seria um muso perfeito, todo desregrado, com ombros grandes e pernas inchadas, além de abdomem proeminente, pescoço fino, nariz grosso e cabelos ralos...uma bagunça surrealista, só que uma merda em termos práticos. Sou pesado demais, mesmo quando mais magro, minha estrutura ossea é muito pesada, suo em excesso, preciso sempre me refrigerar, mas não tenho odor ruim. Deve ser uma das unicas coisas boas que herdei deste meu podre sangue ítalolusitano. Ainda assim, dou minhas corridas, nadadas e até que não sou fraquinho.

Sempre leio quando estou só. É muito bom estar sozinho e em companhia de um livro. Não dispenso a boa musica também. Sou daqueles radicais que acha que a evolução do cenario musical congelou em 1979, e daí em diante foi uma queda vertiginosa. Nada muda este meu pensamento, e por isto fico com os classicos. Não gosto de ir ao cinema, há muitos filmes idiotas atualmente. Vou raramente à praia, pois não gosto de me ridicularizar, pondo meu torax grande demais à mostra. Não gosto de sol em excesso, também não gosto de muita chuva. Sou um entusiasta do inverno, como pode-se deduzir pelo texto. Voltando à cultura, adoro teatro, acho espontaneo demais para se tentar enganar o espectador. Tenho raiva de televisão, mas é uma ótima cura pra insonia. Adoro exercicios fisicos, talvez por ser fisicamente desproporcional, sei lá, só sei que gosto. Sou um investidor agressivo, e desejo grandes rendimentos. Gosto de carros antigos e novos, e tudo que envolve o mundo automobilistico. Sou um cozinheiro meia boca, mas acho cozinhar algo extremamente relaxante...desde que alguém lave a louça.

Já disse que não vou falar de mulheres! Já bati muito e já apanhei. Adoro banheiros limpos e bem cuidados, gosto de roupas casuais, sem muita frescura e confortaveis...mais uma vez, fisico desproporcional! Torço pro São Paulo F.C, graças a Deus, e escovo os dentes duas vezes por dia. Como algumas frutas, mas como vegetais por querer ter saúde, tão somente. Adoro carnes, de qualquer animal, mas me encantei pelo cordeiro. Odeio doces e massas, não me dou bem com açucares.

Pra concluir, acredito que levo jeito pra sociopata, pois odeio concentração de pessoas, o que me mantem afastado de shows em geral, jogos de futebol, shopping centers e boates apertadas. E também não entendo tanta gente fingindo ser feliz no mundo real e virtual. Acho um porre as pessoas, ainda mais aquelas que se autoproclamam poços de alegria forçada. Engodo! Somos todos criaturas miseraveis, com conforto demais e ideologias de menos. Sou isso aí, mais autentico, impossível. Viram, não falei de mulheres, apesar de adora-las. Mas tem umas que...só Deus salva.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Tua Descrição, Segundo Eu.

Texto Sublimado. O Autor se reserva ao direito de somente homenagear a quem merece.

atenciosamente,

Luciano.