quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Feminismo ou Masculinização Feminina?

Sempre achei maravilhosa a forma como as mulheres encaram a vida, desde os tempos de Amélia (passado!), até os tempos atuais. Eu as vejo como um frescor e uma sadia quebra na sociedade demasiada competitiva criada pelos homens, até certo ponto prejudicial a saúde deles, e que com sua beleza e graça, a mulher atenua grande parte deste peso do mundo sob as costas da sociedade como um todo.

Antes fosse somente pela beleza inconteste feminina, com seus belos corpos naturalmente bordados e entalhados pela natureza, fazendo-os de forma que, tudo que inspirasse belos desenhos e formas, fosse inspirado na forma feminina. Em todas as suas nuances, claro que pela sua força disfarçada de fragilidade, o mundo encontra no gênero feminino um pendão, um sustentáculo, para suas mais terríveis dores.

Por outro lado, algo tem me incomodado na evolução da mulher neste contexto, em particular na forma como elas tem encarado a evolução do movimento feminista, que tantos benefícios trouxeram à elas e à sociedade como um todo. Percebo claramente uma evolução nas mulheres, no âmbito profissional e físico, mas no pessoal tenho sentido um certo declínio.

Odeio generalizações e há gratas exceções naquilo que escrevo, mas como neste blog descrevo o que observo, sinto que a graciosidade feminina se perdeu em algum lugar do passado. Não sou saudosista, tampouco quero o retorno do passado atroz para as mulheres, mas que cada gênero tem uma forma toda sua, ah isso tem! O que tenho observado é que no âmbito profissional ainda existe um abismo, ainda que raso, nos salários entre homens e mulheres e isto é injusto. Há muitas mulheres tão competentes quanto homens por aí, e a valorização deve ser equiparada. Esta diferença é ainda mais notável em países com histórico machista, como o nosso, e outras nações latinas, além do mundo árabe.

No lado físico (eu tinha que citar isso!) houve evolução também. Pontuo as mulheres de hoje como mais belas que as de antigamente - ao menos as mulheres normais - sem citar celebridades ou coisa do tipo. A mulher do dia dia está mais bela, mais curvilínea, mais confiante. Algumas alcançam este patamar ainda bem jovem, o que me incomoda um pouco, mas o que fazer? São os hormônios nos alimentos que as fazem atingir a puberdade muito cedo. No entanto, a beleza das formas persistem. Algumas se acabam por horas em academias, e a evolução dos tratamentos estéticos tornam cada mulher um marco em desejo e sedução para olhos desejosos. Na visão de Oscar Niemeyer, notável arquiteto, falecido recentemente aos 104 anos, dizia ele : "...o que vale nesta vida é a mulher, o resto é besteira." Genial.

No lado pessoal é que houve involução. Não nos esqueçamos que o movimento feminista foi criado na década de 1960, com o objetivo de diminuir ou extinguir a diferença entre homens e mulheres, em todos os setores da sociedade, especialmente o profissional. A crítica a ser feita não é neste aspecto, mas no entanto, em pleno século XXI, acreditava-se que o feminismo deveria evoluir, até porque grande parte do sucesso deste movimento veio da persistência de heroicas mulheres que ousaram bater de frente com o establishment e isto é inegavelmente um sucesso dele. Mas no entanto a coisa ficou, de certa forma, distorcida, neste século, e as mulheres passaram a querer se equiparar aos homens em outros aspectos, tais como personalidade, forma de agir, de amar, de se relacionar etc...

Existe uma limitação para a igualdade, e ela reside no fato que homens e mulheres são diferentes, e estas diferenças são o que nos fazem ser tão belos como máquina humana. São muitos exemplos, mas há mulheres hoje que encaram o sexo sem sentido da mesma forma que homens. Isso não é feminismo. É vulgaridade. Há ainda mulheres que querem beber e fumar como homens, e isso é uma crueldade. É fato comprovado por várias pesquisas médicas que o álcool tem efeito mais devastador no corpo feminino que no masculino, além do cigarro ser responsável pela pior forma de câncer feminino, o de seios, além dos já conhecidos. Pra piorar, ainda na vida sexual permissiva, os casos de mulheres com doenças venéreas, tais como HPV, aumentaram exponencialmente neste século.

O que há de mais belo na humanidade é a diferença marcante entre a fêmea e o macho, e como ambos, em conjunção, se completam. A união entre um homem e mulher tem sido tema de terríveis embates, e uma pesquisa social básica demonstra o aumento dos divórcios até os dias de hoje. Longe de mim querer culpar o feminismo ruim, mas percebo que muitos casamentos estão morrendo pela infidelidade mútua. Isso passa pela masculinização da mulher, e no desejo de se equiparar ao homem até onde ele é mais podre, em essência. Além disso, estes divórcios tem como base a insatisfação feminina, que nunca teve tão alta. Mulheres não mais se resignam, ou aceitam menos do que sonharam. Misture isso ao conhecimento adquirido no mundo acadêmico e você verá que a insatisfação feminina reside na auto confiança aumentada, quase que um ato masculino, advindo de uma criação por vezes super protetora, de pais e mães que criaram um mundo de sonhos para suas filhas, quando, na verdade, o mundo em nada tem a ver com isso.

As consequências deste feminismo torto é a perda gradual da graciosidade, da coisa feminina, tão própria, tão bela, em sua essência. Será que o feminismo moderno perdeu a mão? Será que foi mal interpretado? Acredito que sim, e inclusive as novas gerações terão que lidar com esta super mulher, entende-la, mesmo com suas limitações, tais como as TPM´s terríveis - que ficam cada vez piores, já que hoje se procria pouco - e até mesmo com o fato de que elas tem um fardo grande neste mundo, o de criar filhos, trabalhar e ainda assim sorrir. O feminismo é uma realidade, mas virtuou-se erradamente, tornando a mulher um instrumento ainda manipulado pelo mundo masculino. A única diferença, agora, é que elas não querem somente a igualdade de direitos. Querem ser iguais a nós, em essência, em direitos e nos defeitos também.






quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Solteirice é Falaciosa

     Hoje é dia do solteiro, e este dia não poderia ter vindo em época pior.   

   Sempre fui um homem casado que se mascarava de solteiro, e agora que estou solteiro, ando me mascarando de homem casado, não é engraçado? Parece que me divido entre estas duas facetas como um doente com dupla personalidade. Não é isso que quero focar neste texto, mas vale a pena o desabafo a titulo de um possível tratamento psicológico no futuro.

    De fato, o objetivo não era o que disse acima, mas tem a ver com estar solteiro depois de tanto tempo casado. Foram anos me dedicando a agradar uma unica mulher (essa é a minha verdade, e vou morrer com ela!), e de repente, me encontro só, sem nada ou ninguém para me dizer nada, somente um vazio imenso e uma liberdade incômoda. Estranho estar solteiro e não ser solteiro, que são duas situações distintas. Existem homens que encaram esta condição de forma altiva, segura e relaxada. Eu os invejo. Sinto-me tenso e cabisbaixo. Olho ao meu redor e percebo momentos de um silencio sepulcral e os quebro com televisão alta. Vejo os moveis vazios e intactos e os rearrumo, só para mudar um pouco. Bebo mais. Durmo menos. O sono sozinho demora a vir. É como se faltasse um cheiro, um toque, um lado pra dormir. Ora, fico no meio, penso eu. Me espalho no colchão e me lembro que isso não é tão bom quanto parecia ser. Que bela merda, não? Acordo e olho no espelho, vislumbrando olhos escuros e profundos, consequência da mal dormida noite. O café da manhã é rápido, já que não há papo, nem conversa, nem afeto. É só você, a xícara de café, a mesa e um alimento qualquer.

    Havia dito que invejo os homens que encaram a solteirice como um playground, e realmente me sinto assim. Quando me casei, o mundo era um pouco diferente. Não faz tanto tempo assim, mas me parece que passamos por uma revolução e nem percebemos. As mulheres estão cada dia mais lindas. Mais novas, rejuvenescidas e mais lindas. Ou é eu que estou mais velho? De fato, elas investem pesado na vaidade. 

    O casamento é uma batalha, que quando termina, deixa marcas físicas. As minhas cicatrizes são uma barriga mais proeminente, menos cabelos, mais dividas e menos autoestima. Me parece que antes dele eu era um guerreiro jovial, cheio de vida e com ideias frescas, ao menos é a forma que me sinto. Mas voltando às mulheres, como que um velho guerreiro, cheio de marcas e cicatrizes emocionais, ou não, pode voltar a outra batalha, tão combalido? É difícil voltar a ser grandioso, num mar repleto de cardumes mais belos e ornamentais. Talvez devesse me cuidar, me emperiquitar, procurar um dermatologista, um fisiculturista, um acupunturista...ou talvez um psiquiatra. Sim, que soldado volta de sua batalha mens sana in corpore sano?

    As mulheres estão mais lindas, e mais complicadas também. Há algum tempo atrás, lembro-me que as mulheres preferiam homens inteligentes e másculos. Sempre achei que me encaixava nesta categoria, pois sou um pouco inteligente e sou másculo pacas (afeminado é que não sou). Hoje, procurando alguma solteira por aí, me deparo com o conceito acima se despedaçando, num mundo onde um homem inteligente é presunçoso e metido a besta, e másculo é machão, peludo e fedido. Seria o homem perfeito ignorante e metrossexual? Possivelmente. Elas vão à loucura com estes tipos do abdômen tanquinho, barba cerrada, cabelo estiloso e peito raspado. Estes caras não podem ver um pelo da sobrancelha fora de sintonia que eles cortam. Nunca viram uma mesa de sinuca na vida, penso eu. Provavelmente, ao invés de pegar os tacos e jogar, eles dançariam Santa Rosa Madalena em cima dela. Mas e o ignorante? Bem, para que um homem aja desta forma tem que ser ignorante. Incrível as exigências que estas moças fazem: cabelo bom, barba cerrada, unhas perfeitas, dentes brancos e alinhados, peito raspado, bunda dura (pra quê?), fiel, não pode ser muito intelectual (são chatos), também não pode ser totalmente burro (estes curtem a vida, pois gente burra é feliz), não pode beber, comer demais e nem fumar. Enfim, querem uma mistura de Padre Marcelo Rossi com Gustavo Lima. Nessa competição já me ferrei.

    Fica difícil ser um bom partido numa era como a nossa, tão ligada em paradigmas firmados nos conceitos de beleza vã e de ascensão do feminismo ruim, e não aquele que propunha a igualdade, como nos anos de 1970. Fico, portanto, pensando se fiz um bom negócio em deixar um casamento onde meu reinado era pleno e minha rainha era soberana. O casamento aleija, nos deixa fraco para novas conquistas, mas nos dá uma tremenda satisfação de ter tido uma companheira, uma amiga, uma amante e, acima de tudo, uma guerreira, ao seu lado, que lutou pela felicidade, se é que este conceito existe, junto contigo. Mas a solteirice veio e assim como todas as revoluções ela passa por um momento de transição. Pode ser que ela seja eterna e os prognósticos não seriam bons. Pode ser que eu me case de novo, pode ser que não. Talvez eu nem queira isso. Talvez, se eu me casar de novo, não vá prover nem metade do que pude prover de carinho, admiração e desejo ao meu ultimo casamento. Talvez fique atordoado e anestesiado neste período de transição de tal forma que vá esquecer que existam mulheres por aí, tão lindas com seus mimos de beleza, que as transformam em desejos ambulantes. A unica certeza, no entanto, é que não tem sido fácil. Porém, também não vou me curvar ao que o mundo tenta me impor. Serei o mesmo chato, com pelos e macho alfa protetor que sempre fui.

    Os novos tempos que se adaptem a mim, ora bolas. Estou solteiro...






 

domingo, 28 de julho de 2013

Nos Seios Da Nação

   Inconteste é a falta de patriotismo nas minhas veias, ainda mais neste país ainda semianalfabeto, transloucado pelas recentes aquisições de seu povo, um tanto disfarçadas de migalhas, de fato. Admiro o Brasil como nação. É uma patria de contrates, como diz o clichê. Mais ainda, é uma patria de pessoas que, por decadas, viveram à margem da capacidade opinativa, aceitando informações desconexas num mundo em constante evolução. No entanto, ao virarmos a esquina, ainda encontramos alguns suinos sabichões, na figura do malandro malemolente, que caga na cabeça alheia em troca de sua subsistencia. Há ainda outra faceta do pais, que é figura do trabalhador indolente, que clama pelo fim de semana ainda na quarta feira e que quando é enquadrado pelo seu superior, se auto proclama prejudicado, perseguido e azarado. É um país de contrastes, é verdade.

   Gosto de admirar, ou melhor, observar (já que admiração advém da paixão), como um voyeur que torce contra, algumas propagandas governamentais, com seus slogans de efeito, exaltando a recem inclusão de milhões de brasileiros que, na visão politica, viviam à beira do justo e ideal para a felicidade humana. Tem gente que cai nessa, e eu não os culpo. Pense você que há mais ou menos 25 anos atrás, para alguem com renda inferior a dois salarios minimos sequer sonhar com televisores invocados, microcomputadores, celulares multitarefas, carro, motocicleta e roupas novas, era necessário que este alguém tivesse um colchão de palha muito bom. Havia dois polos em termos de classes sociais, e estes eram o rico e o pobre. Hoje há uma classe que permeia estes extremos, compra alguns luxos, mas ainda necessita de serviços publicos e é para ele que o governo direciona suas propagandas de inclusão.

   Eu não sou patriota, já disse. Talvez por ter nascido em "berço esplendido", assim como este país está deitado há anos. Quem sempre teve conforto jamais entenderá as privações pelas quais uma pessoa de baixa renda, no Brasil, passa. Quem pode se educar nas instituições particulares, quem gozou de planos privados de saude, quem teve casa propria e bom tratamento odontologico, realmente não entende a felicidade que é ter um pouco mais, quando antes não tinha nada. Não dá pra ignorar o poder do pão e circo, e da inabilidade de se lidar com um sistema economico paquiderme e instavel, exaurindo os cofres publicos com politicas sociais, forçando um inclusão maior sem formar um alicerce economico confiavel.

   O atual partido no poder é a cara do povo brasileiro. Chega a ser assustadora a semelhança de uma instituição com seus governados. O objetivo, que fica mais claro da forma que a governança é imposta, é a manutenção do poder por algumas decadas do partido em si e não da implementação de uma nova era no pais, onde o povo obterá mais justiça social por meio do maciço investimento em setores carentes da sociedade, tal como saneamento basico, saude e educação. De fato, para um politico, estas agendas são perda de tempo, já que só demonstram seu resultado no longo prazo, tempo em que, de acordo com John Maynard Keynes, estaremos todos mortos. Não existe justiça sem se abrir mão da politica.

   No Brasil atual, as ondas de consumo norteiam o horizonte economico até o momento onde este não mais se sustentar. O consumo é como um amor avassalador: tem limite. O que resta, depois, é somente um amor comum, um restolho dos excessos da carne. Na economia brasileira ocorrerá o mesmo. Para se manter este nivel de consumo, o governo exagerou nas medidas de credito irrestrito, mantendo juros baixos, gerando fuga de capital, desequilibrando alguns fatores economicos positivos que tinhamos há até 10 anos atrás. O ideal era ter aproveitado a boa maré, e ter investido mais no que é mais necessário. A infraestrutura do país está caotica. Cidades, como São Paulo, estão quase inabitaveis de tão mal planejadas que são. A população cresceu e os serviços publicos não cresceram com ela. A previdencia continua no vermelho e carga tributaria esgana o pescoço do povo, impedindo-o de poupar o minimo de sua renda, que já é engolida pelo Leão e pelos impostos em cascata, injustos e estereis.

   A população brasileira, já ciente do ambiente hostil em que vive, está saindo às ruas, mesmo com objetivos generalizados, mas com um foco interessante na melhora do pais como um todo, tentando extinguir este regime pluripartidario estupido, que só dá cobertura para atos ilicitos no legislativo e executivo. Partidos politicos são antros de politicagem vazia, inutil para o povo, e nos nutrem um sentimento de barganha da nação, ou venda e distribuição de cargos publicos, exaurindo ainda mais os cofres publicos. Na veia aberta das finanças publicas, o dracula politico se alimenta constantemente, e propaga seu poder por meio da troca de favores depravados com outros de sua mesma especie. Ao que parece, o povo cansou disso tudo.

   No entanto, ainda há uma massa que não pensa, ou melhor, não entende o ambiente politico, ou até é alienada mesmo. Esta massa sofre pelo hiato educacional sob o qual reside, sendo vitima do populismo barato desde os tempo de Vargas. Sinto dizer que estes fazem parte da maioria no pais, e enquanto forem massa de manobra para suinos de paletó, o pais continuará desperdiçando otimas oportunidades ter sangue novo no poder. É hora de esquecer o patriotismo besta, que cega, que aliena, e por o povo para pensar. A imprensa não ajuda, pois é voltada para elites. É notorio o meu pessimismo quanto a alguma mudança no curto prazo no país e muito disso vem do realismo.

   Não sou patriota e nem quero ser. Sou só mais um indolente brasileiro que pensa demais e age de menos.