quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mulheres, Insatisfeitas Mulheres.

Certa vez, conversando informalmente com homens mais velhos que eu, já na casa dos 60 anos, falávamos sobre o papel do homem na sociedade e como isto vem mudando com o passar das gerações. - Mas e a mulher? perguntei. É fato que muitas coisas mudaram, outras nem tanto, mas o papel da mulher na sociedade mudou radicalmente, num 180° quase que completo de 100 anos pra cá.

Havia um tempo, onde o sonho de uma mulher era casar-se, simplesmente. Especialmente no periodo Vitoriano, do início do século XX, a mulher tinha um papel minimo na sociedade, se limitando aos seus afazeres domésticos e suas funções mais básicas. Já a partir da década de 1920, o cinema proporcionou uma evolução tremenda no papel da mulher, transformando-a não só num ser com direitos, mas numa entidade provida de poderes, não só de sedução, mas de opinar, dar diretrizes e ser protagonista numa modernidade emergente desta primeira parte do século XX. Neste periodo a expressão artistica feminina, tanto nas artes plásticas, como nas visuais e líricas foram de extrema importância.

Dando um baita salto na história, chegamos ao movimento feminista das décadas de 1960 e 1970, que trouxeram de vez a mulher para a igualdade tão sonhada de direitos, que a inseriria num pacote de atividades e funções antes nunca desempenhadas na história da humanidade. De repente, bombavam mulheres profissionais, que se desdobravam em busca de seu sucesso em suas áreas de atuação, e contraditoriamente, mantendo aquela coisa ludica do sonho do casamento, dos filhos, da familia etc...Sexualmente, com o advento da pilula, a liberdade sexual (entenda-se sexo sem compromisso) passou a ser mais viável para as mulheres que antes viam as suas possibilidades reduzidas, sob o risco de ser mãe solteira. A partir daí, na minha visão, o papel do homem começou a ser afetado.

De provedor a mero acessório - dos muitos carregados pelas mulheres - o homem vem perdendo sua importância para a vida delas, muitas vezes tendo que mudar para não se tornar um parea. No dias de hoje, o poder feminino é flagrante. Não só na presidencia da nação, mas em todos os setores, vemos mulheres presentes trabalhando e competindo neste mundo cruel com homens desejosos de uma oportunidade de crescer na vida. As faculdades estão abarrotadas delas, que no passado, faziam cursos como psicologia, medicina e letras. Hoje fazem de tudo, até mesmo engenharia, uma área predominantemente masculina.

O lado lúdico ainda persiste, e as mulheres ainda sonham com o tão badalado enlace, mas de uma forma diferente. O tipico homem desejado por elas mudou, e os machões de outrora não têm vez. Por terem conquistado tudo, hoje estão mais seletivas. Não desejam simplesmente só que um homem seja provedor, másculo, inteligente ou que tenha poder. O que elas querem é um homem que seja um pouco como elas, mais feminino, que entenda suas decepções com as pressões dobradas que têm hoje, com trabalho, filhos, casa etc. Querem homens que se cuidem, não se larguem, que frequentem academia, que sejam vaidosos, sarados, inteligentes, bem apessoados, ricos, notórios, com emprego estável, com bom humor, sem pelos corporais, sem mau cheiro, com cabelo vasto, talentoso, criativo...enfim, um super homem, que permeia suas atitudes não só pelo seu lado masculino, ou feminino, e sim num limbo que cria uma nova espécie de homem, moldado pelas femeas de hoje, mais descoladas e sabedoras do seu poder na sociedade.

Restam aos homens compreederem que suas atitudes não mais agradam a esta mulher cheia de vontades. Ou se adaptam, ou se perdem na solidão. A mulher lida melhor com isso, sabe ser sozinha sem ser infeliz. Para o homem, que sempre se acostumou a ter companheiras no passado, a solidão é um cancer que mata cedo. É mister para o novo homem ser mais feminino. Ou seja, ir às compras com ela, ir ao salão com ela, chorar quando ela chora, engravidar (nem que seja pra carregar um saco de arroz de 5kg na barriga durante a gravidez dela), curtir as TPM´s cada vez piores - pois elas estão sob um estresse muito maior - e não reclamar quando elas não quiserem sexo por muito tempo, alegando problemas que nunca passariam pela cabeça de nenhum homem de verdade.

Claro que o parágrafo acima está cheio de ironias, mas que querem exemplificar uma realidade que está presente. Naquela conversa, informal, com os homens de mais de 60, os mesmos concluiram da seguinte forma, ao se direcionarem a mim, após deliberarem sobre o assunto: - Rapaz, ainda bem que não tenho a sua idade, a mulherada de hoje não dá pra aguentar. Eu, cheio de mim, já com meu burro na sombra, virei para meu filho mais velho, que ainda não sabe o que é uma mulher, e disse: - Filho, boa sorte com as mulheres , você vai precisar.