quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Carta Aberta Ao Brasil Da Copa e Das Olimpiadas.

O Brasil finalmente se tornou uma constante nos circuitos desportivos mundiais. Nossa dita prosperidade economica nos deu a possibilidade de aparecermos na midia mundial, sediando dois eventos importantíssimos no calendário das grandes competições:A Copa Do Mundo e as Olimpiadas. Lindo, maravilhoso, fora de serie; estou estupefato com estas duas inclusões e, não posso negar, sinto um certo regozijo de ser brasileiro, até certo ponto. Longe de querer ser o antinacionalista, o inimigo da pátria. Quero muito ver as coisas darem certo neste país e nada melhor que competições de alto nível para engendrar investimentos diversos na melhoria do país como um todo.

Baboseiras a parte, vamos ao que interessa. Sou desconfiado por natureza, não acredito em grandes canais de comunicação, aliás no grande canal de comunicação brasileiro, voz ativa de uma imprensa sem qualquer credibilidade, que não tem compromisso algum com a realidade dos fatos. Não vejo a imprensa brasileira esmiuçando os gastos realizados na organizações dos Jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro. Aparentemente o Tribunal de Contas da União está investigando supostos casos de superfaturamento de obras e pagamentos de propinas para ganhos de licitações fraudulentas. De fato, podemos entender que o Pan do RJ foi um sucesso de organização, mas poucos sabem a que custo isto ocorreu. Não houve transparencia por parte dos organizadores e dirigentes quanto aos gastos reais para um evento deste porte e nós, os contribuintes, apenas batemos palmas, sem saber o real beneficio que tivemos ao "bancarmos" esta competição neste país. Eu tenho certeza de que, se o TCU está investigando é porque realmente há podridão por baixo disso tudo. Uma pena mesmo, eu reitero, a imprensa não nos expor a realidade e somente fazer 'oba oba' em cima do fato.

Me preocupa, portanto, saber que estas duas competições irão ocorrer num período de dois anos entre uma e outra (Copa em 2014 e Olimpiadas em 2016). É no mínimo temeroso para os contribuintes bancar a construção de novos estádios, centros desportivos, e toda a indumentaria necessaria para a relização de eventos grandes como estes, sem que haja a devida fiscalização e transparencia. O país tem traços de pobreza grotesca, favelas em todas as capitais, indices sociais pifeos, sistema viario parco, sistemas de transportes dignos de riso. É prioridade para o Brasil a consecução de todas estas melhorias antes mesmo de pensarmos em sediarmos competições em nivel mundial. A situação da saúde publica é desesperadora, assim como a infraestrutura dos aeroportos, estradas, telecomunicações, ou seja, este país é um caos. Com uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, não vejo como o cidadão pagar mais do que já paga em impostos absurdos e dos quais não sabemos a destinação. Pagamos no escuro.

A corrupção flagrante de confederações, políticos e dirigentes nos faz pensar em quem está ganhando com estes eventos. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) é reconhecidamente corrupta e chegada em acordos obscuros. É uma entidade cravejada de sanguesugas, pessoas que se locupletam do ótimo futebol brasileiro em beneficio proprio. Como confiar neste orgão corrupto para coordenar e fiscalizar as obras de estadios de futebol neste país? Os prefeitos e governadores são outros que, apesar da sucessão do cargo (até lá já teremos outros), aguardam a verba federal em beneficio da construção do estrutural para os eventos com grande boa vontade. Como não desconfiar destes politicos com verbas federais ilimitadas nas mãos? Quanto disso será repassado a empreiteiras que superfaturarão material, mão de obra e no fim nos deixarão com estádios de má qualidade? Os clubes brasileiros detentores dos estádios ou as prefeituras que os administrarão terão condições reais financeiras para manter estes elefantes brancos? E a transparencia? onde serão publicados os gastos das obras, à medida que são executadas?

Não tem como confiar. Como contribuinte e cidadão consciente do país em que vivo, sou obrigado a convocar os brasileiros para pressionar, protestar, seja qual for a ação, de modo a evitar que nossos suados tributos caiam nas mão de ladrões, criminosos de colarinho branco, que esperam ansiosamente estes eventos, com mãos e bolsos abertos, prontos para lucrarem horrores com isso. Não concordo e não posso concordar jamais que, em um país com tantas debilidades, tanta pobreza, tanta falta de tudo, se realize duas competições carissimas e muito acima das nossas possibilidades. A FIFA exige cada vez mais que o Brasil gaste e gaste com infraestrutura. Suas exigencias são altas porque há interesses maiores por trás. Interesses de gente que quer ganhar com as obras, e precisa das mesmas realizadas o quanto antes. Na minha opinião, o setor privado deve explorar as competições esportivas. Como patrocinadores, os mesmos devem custear o esporte. Não é justo que os governos, especialmente o nosso, custeie coisas que não trazem beneficio algum a população como um todo.

A minha critica é para a imprensa também. Parece-me que tem muito a ganhar com as competições, tanto que esqueceram de investigar. As obras já começaram em alguns estados, por que não exigir relatórios e planilhas das obras? A imprensa é a voz do povo, mas se o povo não cobra, ela não corre atrás. Vamos esperar, pelo jeito, ambas competições acabarem para, enfim, abrirmos uma CPI sem sentido, e inocentarmos gente que já deveria estar longe do esporte, longe da politica. O Pan-2007 já deixou seu legado: Contas absurdas, obras faraonicas abandonadas, especulação imobiliária etc. O que mais vamos esperar? Do jeito que está vamos somente aplaudir, cada vez mais pobres, à glutonice e sem vergonhice dos politicos e dirigentes do esporte brasileiro. Não se esqueçam: Pagamos alguns dos maiores tributos do mundo e não recebemos nada, NADA de volta. Se quisermos um bom ensino, pagamos escolas particulares. Se quisermos boa saúde, pagamos convenios. Se quisermos boas estradas, pagamos pedágio. Se quisermos um bom carro, pagamos o dobro que qualquer país do mundo. O brasileiro é milionário e não sabe. Não quero prever o pior, mas o pior está por acontecer.

Em Tempo: O Corinthians acaba de anunciar um novo estádio a ser construído com todo o apoio do Exmo Presidente do Brasil, Sr Luiz Lula Da Silva e seu também Exmo Ministro dos Esportes, Orlando Silva, numa joint venture jamais vista na história deste país (como gosta de dizer nosso analfa lider). Uma união entre clube, governo federal, municipal e estadual e orgãos privados como a CBF e uma empresa como a Odebrecht (outro poço de corrupção). É uma vergonha! Mais um capítulo para meu romance: Eu Tenho Vergonha De Ser Brasileiro! Neste caso, a corrupção caminhou de cima (Lula) pra baixo (A. Sanchez, presidente do Corinthians). Parabéns Brasil e parabéns brasileiros, seus suados impostos serão muito bem investidos na eterna causa pesudopopular corintiana.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Casamento É O Fim?

Não vou falar sobre isso por clichês, não faz meu estilo. Eu odeio compartilhar minhas opiniões com outros, prefiro até que seja contrária à maioria. Tenho a minha propria, que seja assim. Ademais, este assunto é demasiado controvertido para haver concordancia entre todos. Há diversas teorias sobre o assunto, e as estatísticas dizem que o mesmo está em processo de falencia, moral e social: O casamento.

Já fui namorado, já estive casado. Por uma década inteira dividi minhas opiniões, idéias, fluídos, alimentos, casa, carro, televisão etc. com a mesma pessoa. Eu não quero aqui fazer apologia pela abolição do casamento na sociedade, vou acabar sendo ainda mais odiado que já sou. É fato que quando amamos, nada mais importa, nos tornamos cegos a algumas consequencias do amor e partimos para a consecução de nossos planos mais urgentes, de modo a homologar nossos sentimentos. Ora, se uma relação funciona bem para dois namorados que estão sempre juntos, por que não estreitar mais ainda os laços? Certas coisas são esquecidas, pois ao terminarem suas "atividades" de namorados, onde sempre fazem coisas agradáveis juntos, ambos voltam para seus lares. Por muitas razões muitos esquecem que ao casar não há para onde fugir, ou seja, se brigaram, não adianta cada um ir para seu lado, emburrados. Vocês estão no mesmo teto. O espaço individual não existe, e por consequencia não há privacidade. Mulheres tendem a ser mais invasivas que os homens, e estes sofrem mais com este processo nocivo do casamento. O casamento mata a privacidade.

Mas isso não é tudo. A vida social, como fica? Não há. Ao menos aquela vida social fora do casamento, com amigos de antes da relação. É fato que você os perde paulatinamente até que você desaparece de vez. É mais ou menos assim: - Poxa, faz tempo que não falo com o Paulo, o que houve com ele, nunca mais apareceu pra gente ver um jogo na TV? Logo alguém retruca: - Ele casou, esqueceu? Os primeiros anos do casamento, ou do relacionamento estável, seja lá o que for, são de desligamento de suas antigas amizades para um novo estágio, as amizades do casal. Estas amizades perdem sua pureza e essencia, visto que, além de recentes, são muitas vezes baseadas no interesse entre as partes. Não é aquela coisa de camaradagem, profunda. Tem mais viés de escala social, de competição patrimonial, coisa chata pra caramba. Depois de alguns anos de casados, muitos casais entendem que não deveriam ter se afastado tanto de seus verdadeiros amigos e decidem voltar atrás, ocasionando mais brigas e conflitos à relação. O casamento mata a sua vida social, te isola.

Quando vocês namoravam tinham uma vida sexual daquelas. Estou afirmando isso pois é verdade, quem nunca ficou sem ver a namoradinha por uns quatro dias e voltou louco para fazer dela uma "amazonia moderna"? (pra entender essa precisam ter uma mente poluída nível 5, manja?) Pois é, o fato de não ver seu parceiro ajudou a aumentar sua libido, que no fim ajudou a estreitar ainda mais sua relação com este. Ao estar com ele sob o mesmo teto, é obvio que isto será cada vez mais raro. Pelo contrário, você vai querer fugir dali pra ter este elan sexual de novo. É uma contradição louca, aquilo que te faz se aproximar de seu parceiro é aquilo que, mais pra frente, te fará se afastar. Seria comico se não fosse tragico. O casamento mata o tesão.

A consequencia do paragrafo acima é o tedio sexual. E não me venham estes sexologos de merda com absurdos do tipo: "apimentem sua relação com brinquedinhos sexuais, roupinhas, role playing, perucas etc." isto é tudo balela. Por baixo daquilo tudo continua a mesma pessoa, com seus mesmos defeitos e hábitos irritantes. O que me lembra uma coisa: Se durante o namoro aquela pessoa tem algum traço que te irrita, isso dobrará no casamento. Mulheres, especialmente (perdoem-me por criticar tanto vocês), tendem a piorar após o casamento. Aquela namorada legal que você tinha vira uma mulher cheia de cobranças, reclamando de tudo e todos na sua vida. Se faz necessário compreender quem é seu parceiro antes de casar, saber seus defeitos, mesmo aqueles que ele tenta ocultar, pois pode ser uma armadilha no futuro. O casamento transforma as pessoas.

Num dado momento da relação estável, seus olhos se voltam para outros possíveis parceiros. Este é o estágio que a mulher mais gosta, pois é aí que elas buscam a razão de serem quem são. Os homens, neste estágio, começam a reparar em outras mulheres, visto que o casamento se torna uma falácia na vida deles. É aí que surge a infidelidade, e mesmo que a mulher não descubra (elas sempre descobrem), a culpa sempre recairá sobre os homens pelo casamento falido. É um baita jogo de empurra, mas que elas sempre vencem, pois homens não conseguem jogar o jogo da relação estável. Em tempo, hoje em dia, devo reconhecer, não é mais privilégio dos homens o adultério. A coisa meio que se equilibrou. O casamento gera traição.

Os filhos chegam e tudo parece bonito e claro, belo e sublime, como diria Dostoiévski. O casal se torna algo como passarinhos fazendo seu ninho, com aquela situação meio Disney Story, com coisas rosinhas ou azuis. De fato, a coisa fica bonita de se ver. No início é um fator de união do casal, é um projeto em conjunto. Tudo isso dura mais ou menos o período em que a criança ainda é incapaz de tudo. A distribuição de responsabilidades, coisa importante nas relações do século XXI, ainda é um mistério pra muitos homens e o peso da criação e educação dos filhos acaba recaindo muito na mulher. Neste período os conflitos são latentes, e muitos divóricos surgem nos primeiros sete anos da criança. O casamento gera filhos, e filhos geram brigas.

A coisa funciona mais ou menos assim: Não funciona. Não há nada que se possa fazer. Pessoas vão se conhecer, vão namorar e vão casar. Faz parte da cultura mundial cultuar o casamento como algo mister em nossas vidas. Entende-se como fracassado aquele que evita este comprometimento, ainda mais numa sociedade católica como a nossa. Aqui o casamento é visto como a redenção do homem, excessivamente boemio, putanheiro e notívago (entendam como quiser). Para a mulher é um premio pela mesma ter sido virtuosa e casta durante sua vida. Ou seja, ambos se juntam para agradar aos olhos de outros e não aos seus próprios. O relacionamento vai esfriar, isso é obrigatório, é um resultado do tempo e do excesso de conflitos normais ao casamento. Cabe ao casal ter, entre si, um grau de tolerancia imenso dos defeitos de um e de outro. Somos criaturinhas muito defeituosas, e quando duas se juntam a intolerancia impera.

Em minha humilde opinião, a melhor forma de se manter o casamento é ser cego às falhas do parceiro, esquece-las, sumprimi-las. Casais que não se suportam duram menos. Se você for homem, tente a qualquer custo arranjar uma mulher que te complete sexualmente, pois se no namoro existir alguma discrepancia sexual, nem se junte. Quanto à mulher, tanto faz, para ela sexo é secundario mesmo. Exijam privacidade, sempre. Se for pra morar num quarto e sala, exijam ter um espaço para si proprio. Há horas em que você quer ficar só, e isso deve ser respeitado. Não ignorem ou esqueçam os amigos do passado, mesmo que sejam solteiros. O casamento é uma biosfera onde muitos precisam suprimir alguns comportamentos como meio de evitar brigas. Seus antigos amigos te entendem, e para eles você pode dizer tudo. É a melhor válvula de escape para um casamento, e se faz importante bater o pé neste quesito: Manter os amigos! Claro que dividir bem o tempo com eles e seu parceiro é mais importante ainda. Não percam a forma física. Muitas pessoas que casam se tornam desleixadas fisicamente e menos atraente. Não pense que só porque aquela pessoa fez um pacto de amor com você, que ela não deixará de ter tesão por sua figura caso fique rotundo e fétido. Cuide-se! Se for ter filhos, os tenha tarde na vida. Deixe para aquele momento onde a relação vai naturalmente esfriar, e eles virão como um combustível para manter o casal ainda mais junto. Quando os temos cedo demais, estamos ainda imaturos e despreparados. Queremos, por vezes, curtir nosso parceiro ainda. Quando eles chegam, ao menos a mulher, se torna altamente inacessível, exigindo muita paciencia do homem. Por fim, antes de casar, namore muito, beije muito, transe muito, conheça uma miriade de pessoas antes de se decidir por uma. O mundo está cheio de gente por aí que merece ser apreciada rapidamente, numa noite somente. Mas também há pessoas que podem ser aquelas tais, aquelas que serão dignas de um relacionamento longo. Se faz necessário esperar, não case por impulso. Por fim, delineiem o que é bem do casal e o que é bem proprio. Isso pode dar problemas num provavel divorcio. Já este é um outro assunto...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Uma Visão Positiva Do Futuro.

Havia um tempo em que éramos tribais. Sim, há milhares de anos atrás nossa forma maior de sociedade eram as tribos. Não havia países, fronteiras, mapas ou mesmo governos. Seus integrantes sabiam o que era certo e errado e criavam suas leis a partir da experiência dos mais velhos. Daí era só transmitir aos mais jovens. Tudo que era produzido pela comunidade, era consumido pela comunidade e os excedentes eram trocados com outras tribos. Guerras eram raras, mas como algo inerente ao ser humano, faziam parte também destas sociedades tribais. Não havia uma forma de governo centralizada e isso é mister para o desenvolvimento do que quero escrever. Precisamos mesmo de um governo?

Fato é que evoluímos dos períodos tribais. A própria inquietude humana, que impõe na descoberta uma de suas maiores virtudes faz com que a vida em pequenas tribos seja pífea demais para um ser tão complexo. A descoberta dos metais, e manufaturas a partir disso nos deu a capacidade de expandirmos nossas fronteiras, conquistando outros povos, aglutinando alguns e dizimando outros. A navegação trouxe a obtenção de riquezas por meio da troca intensa de mercadorias e serviços com terras antes jamais acessíveis. A prosperidade destas atividades geraram ainda mais poder as nações que detinham tais tecnologias, e com o implemento da pólvora, os conflitos foram ficando mais violentos, alçando a ambição dos líderes nacionais a voos antes jamais alcançados. Neste período, temos a propagação dos impérios.

A figura central de um Imperador ou Rei, apesar das democracias romana e grega, era a maior expressão de um povo. A evolução de tribos para imperios é o simbolo do que o desenvolvimento tecnologico e social trouxeram. À medida que as atividades se tornaram mais complexas, precisaríamos tornar a forma de governo também mais complexa, com leis, tributos, fronteiras, exércitos e tudo mais aquilo que tirasse a preocupação latente no cidadão que seu habitat seria de alguma forma usurpado, dadas as riquezas que suas nações acumulavam. Neste momento vemos os estados nações prosperarem, e com o conhecimento sendo disseminado por meio dos livros - outrora era por meio de gravuras - precisaríamos de maior divulgação disso. A imprensa surge como a resposta para a massificação do conhecimento para aqueles que não o tinham.

A religião está no meio disso tudo. Fosse ela politeísta ou não, era fato que a mesma exercia papel fundamental na consecução das leis, costumes e na própria sociedade como um todo. O Estado da antiguidade é regido por figuras eleitas por Deus ou pelos Deuses. Seria um grande paradoxo disseminar grande conhecimento a populares, levando em conta que os mandos e desmandos das religiões, além dos seus extremismos causam numa pessoa letrada grande desconfiança. Logo, a idade média fora marcada pela manutenção da ignorância forçada à sociedade como um todo, de forma a manter o povo fiel e sob o comando da figura central eleita pela religião. As leis extremas tinham a pena de morte para aqueles que não as cumpriam, mesmo por razões absurdas. O Estado tinha o poder sobre a vida e a morte do cidadão. Os tributos incorriam sobre tudo e todos, centralizando a riqueza para os cofres públicos, repassando muito pouco ao cidadão comum, enriquecendo as monarquias e impérios daquele tempo. Ao manter a população pobre, o poder dos aristocratas, encoroados e afins era perpetuado por centenas de anos, numa sucessão sem fim.

Dando um salto na história, temos o último grande império, a nação estadounidense que por meio da democracia, igualdade, fraternidade - princípios da revolução francesa - com importância maior à liberdade, que impõe sua forma de governo às demais nações, muitas vezes por meio do conflito armado. As guerras do início e metade do século XX deram aos EUA o poder de mostrar ao mundo que sua forma de governo era a mais correta e justa. A figura de um estado nação não diferia tanto das anteriores na história, com a diferença básica que o Estado se tornava laico, e os líderes não eram mais eleitos por Deus e sim pelo povo. Os tributos e leis (por vezes com penas capitais) eram mantidos como meio de controlar os impulsos populares e revolucionários, que assolaram o mundo no vigésimo século. O comunismo, como forma de governo e vida em sociedade, em teoria, perfeita, era uma ameaça a um país tão centrado na livre iniciativa, no comercio forte e na liberdade irrestrita (todos termos contraditórios, mas latentes). O Estado americano moderno foi, antes de tudo, um Estado de guerra. Os conflitos bélicos, as invasões, as brigas político-comerciais etc., não retratavam uma nação evoluída. Era somente uma diferente forma centralizada de governo em busca de mais poder perante outras nações. Nem mesmo o comunismo trouxe qualquer inovação senão atraso economico e social. Por outro lado, a escola e a universidade trouxeram ao povo o conhecimento que lhes foram negados na idade média. O trabalho escravo fora abolido, e o trabalho remunerado trouxe benefícios ao pobre moderno. A mobilidade social era algo plausível, mas muito pouco aplicável. Era sim, possível, um homem pobre ficar rico e gerar riquezas para outros, contanto que raramente. Fora todo um processo de evolução. Voltemos então à pergunta inicial do texto e implementemos: No futuro, precisaremos mesmo de um governo? O que o cenário politicosocial nos reserva para o futuro?

Odeio previsões feitas sem base, as contradições são muitas. Contudo, baseado na história e na observação pura e simples de como a humanidade tem caminhado, posso dizer com grande certeza que não precisaremos mais de governos no futuro. O raciocínio é simples, ou seja, se estamos tendo mais acesso ao conhecimento e caminhamos cada vez mais para a igualdade por que iríamos ter conflitos? Para que teríamos fronteiras? Logo aqui matamos as figuras de exércitos e forças armadas como um todo. Se os mercados são livres, por que precisamos de diferentes moedas? Se todos cuidam do bem estar de todos, para que precisamos de tributos? É um paradoxo termos todos que pagarmos impostos para benefícios que não vemos na prática dar retorno algum. Aliás,qual serviço público, na prática, funciona bem? É fato que quando algo vai mal na administração pública, é privatizado. No fim, o setor privado cuida de tudo: Infraestrutura, comunicações, transportes, informação, produção, saúde, educação etc. Ora, para que preciso do governo? Ah sim, a segurança pública, a policia. O rigor e a aplicação das leis podem ser feitas pelo próprio cidadão. Muito embora sejamos corruptos, não teríamos mais necessidade de se-los caso fossemos iguais, economicamente e socialmente. Polícia? Quem precisa de polícia? Segurança privatizada também é uma opção. Funciona no sistema bancário, funciona nas empresas, logo por que não funcionaria para o cidadão? Por fim, percebe-se que, cada vez mais, a figura de um governo executivo cai por terra, à medida que o conjunto de serviços oferecidos pelo mesmo, quase todos débeis e pouco funcionais, serão oferecidos pelo setor privado a preços mais baixos forçados pela livre concorrencia. Prefiro saber aquilo que estou pagando do que pagar tributos que não sei para onde vão.

Isso dará, em pouco tempo, margem para cada vez menos corrupção. Os governos são criadouros de corruptos, gente que emperra a máquina pública e fere os interesses da povo. O legislativo está repleto deles. O judiciário ainda pode ser mantido. Se faz necessário punir seres humanos que não se encaixem no quadro social e causem o mal ao seu semelhante. Muitas leis são frutos do bom senso: Não jogar lixo na rua, não dirigir erradamente, não matar, não agredir etc., tudo isto não deveria estar escrito. É fruto da evolução saber disto tudo sem precisar que o Estado te imponha o bom costume. Quando evoluirmos veremos que nosso semelhante é tão importante quanto nós mesmos, por isso quereremos seu bem estar. Nos dias de hoje a informação já é livre, o conhecimento é livre, porque não derrubarmos as fronteiras e os conceitos de nação no futuro? Não parece que isto vai acontecer? É inexorável. Um dia, poderá ser daqui a mil, cem mil anos, veremos que não mais precisaremos de governos, Estados, controles e burocracias em geral. Seremos evoluídos demais para nos prendermos a limites e regras estapafúrdias que os governos nos fazem engolir. Tudo que precisarmos, saúde, educação, bens de consumo, estradas, habitação etc., tudo será privado, comprável. O trabalho gerará a riqueza, a educação gerará o trabalho e tudo isso será reinvestido no bem estar de todos. É isso que prevejo, apesar de odiar previr coisas. A anarquia é o futuro.