sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Fobias e Obsevações dos Excessos

Me considero um observador lunático, quase um voyeur, mas sem a conotação sexual que o nome carrega. Por vezes, em locais públicos, tendo a me recolher a alguns pensamentos julgadorezinhos de alguns tipos que passam em minha frente. Devo dizer, de antemão, que é uma prática ridícula, até posso concordar, mas altamente engraçada e um alimento pra minha personalidade meio "bobo da corte", que a posteriori me causa risos descontrolados em momentos de introspecção plena.

Não gosto muito de aglomerações de pessoas, pois sinto-me como num aquário repleto de espécies distintas, predatórias ou não, e isso é muito desesperador. Sempre fujo destas situações, mas quando me encontro assim passo para um estado de observador, aí me sinto como um homem num zoológico, apontando e fitando as diferentes figuras. De repente não sou mais o peixe dentro do aquário, sou somente um espectador do show de horrores que a humanidade está se tornando.

O que vocês querem é saber minhas impressões, não? Aquele escárnio que promovo a cada postagem neste Blog, um alimento para leitores loucos por algo que choque logo de cara. Vamos lá, eu odeio ir ao Shopping Center, mas sou obrigado a ir por diversas razões, que pouco importam. Já de cara, temos um ecossistema muito inerente a este tipo de estabelecimento, repleto de figuras indeléveis. Vemos aquelas moças, entre 13 e 17 anos, que se desenvolveram cedo (fenomeno bem atual, este), e colocam suas roupas demasiadamente provocantes para que alguns homens feitos tenham crises de consciência, especialmente aqueles que são pais. Não, não quero olhar, dizem eles, vamos olhar as vitrines, mas....como pode? Como pode? Estas moças são jovens demais, mas ainda assim meus olhos não se desviam. É um tormento! O mais engraçado é que elas sabem disso, mas nem imaginam o efeito que este vestuário causa nas mentes mais...digamos...livres, compreendem? Naquele microcosmos elas se sentem seguras pra isso, mas será que estão mesmo? Enfim...

Olho para o outro lado, para as vitrines, cafés, sei lá, me deparo com rapazes agindo de forma feminesca, com roupas coladas e coloridas. Eles também são bem jovens, e se acariciam como um homem a uma mulher, mas todos são homens, com seus MP3zinhos no ouvido, e celularzinho da maçã meio comida nas mãos. Ora, seu tolo, são meninos homossexuais! Eles também encontram no shopping a sua paz para agir como preferem. É um sinal dos novos tempos, como já descrito aqui anteriormente, ou seja, hoje este comportamento é mais comum e aceito, apesar dos atos infundados de violência por aí.

Depois de uns sorrisinhos irônicos de minha parte, vou tomar um chopp. Um pouco de álcool aumentará meu poder de observação, me dando quase uma visão de raio-x. Sorrio mais um pouco, e penso: Seria ótimo ter visão de raio-x, ainda mais dentro da área de provadores femininos! Babaquices a parte, o chopp me cai bem, e eu continuo a observar.

Passando para os pequenos detalhes, percebo as similaridades comportamentais de alguns seres, por exemplo: Homens com problema de calvície raspam seus cabelos, para disfarça-la melhor. Desta forma conseguem até um visual mais agressivo, muito dinfundido pelo ator Vin Diesel em seus filmes "a la zé ruela". Acredito ser o objetivo dos mesmos evitar demonstrar às fêmeas que, apesar da carequice, eles não perderam sua masculinidade. Tanto que alguns até fazem tatuagem, colocam blusas regatas, malham etc. Tudo isso pra tirar a atenção da careca. Este fenômeno se repete também com os homens negros, ou seja, eles raspam todo o cabelo. Nunca mais vi um homem negro com cabelo, é cada dia mais raro. Interessantíssimo. Tem também as mulheres que, por terem pouco tamanho nos quadris, investem num salto mais alto, mas alto mesmo, além de calças bem apertadas, para tentar disfarçar esta nuance de seus corpos. Interessante também é a quantidade de mulheres de cabelos lisos e loiros neste país; quero dizer; somos uma nação de pessoas, em sua maioria, morenas e com cabelos ondulados. De repente o Brasil virou a Escandinávia, e as loiras de cabelos liso bombam, até mesmo entre os machos. Homens que curtem uma mulher de cabelos cacheados (eu) estão em extinção. Elas, claro, fazem, em si, as coisas que mais atraem os machos. Homens e mulheres de óculos escuros dentro de um local fechado, mulheres com roupas sensuais demais, homens com calças jeans femininas, pessoas comendo fast food como porcos comem lavagem, adolescentes falando alto demais, crianças desgarradas chorando, pessoas mexendo em seus ultracelulares, falando com sei lá quem a todo o momento, mulheres comprando sapatos que nunca usarão, homens comprando, mulheres comprando, vendedoras gostosas empurrando mercadoria, excesso de mulheres de cabelos alisados...foi demais.

Meus olhos "explodiram". Era muita informação para uma pessoa só, e eu observei demais. Há variedades demais de seres humanos, há pessoas demais nesta terra. Vou fechar os olhos um pouco, processar as informações. Aquela fobia de excesso de pessoas está voltando, preciso tomar mais um chopp. O suor escorre da minha cabeça, minha mãos também suam. Devo satisfazer mais uma leva de leitores com minhas vazias e obtusas observações sobre o mundo? Talvez o observador esteja se tornando o observado, quem sabe? Mas esta já é outra fobia...

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