sexta-feira, 26 de março de 2010

Versos da Inquietude

Está de "saco cheio"?
Expressão surrada esta,
Intressante a incapacidade e teimosia,
Arrogância e covardia.

Tentar e não conseguir,
Alguém te foge, te evita,
A noção da realidade levita,
Sonho difícil, aterre-se, resigne-se.

Mas a insistência é nobreza,
Agora não se pode parar,
Cade o freio?
Bem, só a estupidez tem certeza.

Teve alguma vez dúvida?
Sim. Estou certo somente,
Da morte latente, inexorável,
O resto é questionável.

Não parar, não retornar,
Logo agora?
Para medíocre se tornar?
A vida é longa, se demora!

Ontem não conquistou,
Hoje mais se afastou,
Amanhã decerto se humilhou,
O sentimento, este nunca se apagou.

Abram-se as possibilidades,
Fim do tédio, das absolutas verdades,
Invista-se no incerto,
De boas aventuras estará repleto.

A vida cobra seu preço,
A morte paga com desprezo.
Desprezo por sua vítima que não viveu,
No ostracismo e flagelado, enfim, morreu.

Abra um vinho,
Um Porto, Cabernet, Merlot,
Aprecie! Seja qual for,
O prazer está a caminho.

Grite em silêncio,
Silencie o grito,
Extravase um tabú,
Expanda limites.

Leia um livro,
Exponha um medo,
Expresse o amor,
Feche a janela, está frio.

Quem sabe um dia consegue?
Ser valorizado, querido,
Pelo que tanto persegue?
Que seja breve, corrido.

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