quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O Casamento É O Fim?

Não vou falar sobre isso por clichês, não faz meu estilo. Eu odeio compartilhar minhas opiniões com outros, prefiro até que seja contrária à maioria. Tenho a minha propria, que seja assim. Ademais, este assunto é demasiado controvertido para haver concordancia entre todos. Há diversas teorias sobre o assunto, e as estatísticas dizem que o mesmo está em processo de falencia, moral e social: O casamento.

Já fui namorado, já estive casado. Por uma década inteira dividi minhas opiniões, idéias, fluídos, alimentos, casa, carro, televisão etc. com a mesma pessoa. Eu não quero aqui fazer apologia pela abolição do casamento na sociedade, vou acabar sendo ainda mais odiado que já sou. É fato que quando amamos, nada mais importa, nos tornamos cegos a algumas consequencias do amor e partimos para a consecução de nossos planos mais urgentes, de modo a homologar nossos sentimentos. Ora, se uma relação funciona bem para dois namorados que estão sempre juntos, por que não estreitar mais ainda os laços? Certas coisas são esquecidas, pois ao terminarem suas "atividades" de namorados, onde sempre fazem coisas agradáveis juntos, ambos voltam para seus lares. Por muitas razões muitos esquecem que ao casar não há para onde fugir, ou seja, se brigaram, não adianta cada um ir para seu lado, emburrados. Vocês estão no mesmo teto. O espaço individual não existe, e por consequencia não há privacidade. Mulheres tendem a ser mais invasivas que os homens, e estes sofrem mais com este processo nocivo do casamento. O casamento mata a privacidade.

Mas isso não é tudo. A vida social, como fica? Não há. Ao menos aquela vida social fora do casamento, com amigos de antes da relação. É fato que você os perde paulatinamente até que você desaparece de vez. É mais ou menos assim: - Poxa, faz tempo que não falo com o Paulo, o que houve com ele, nunca mais apareceu pra gente ver um jogo na TV? Logo alguém retruca: - Ele casou, esqueceu? Os primeiros anos do casamento, ou do relacionamento estável, seja lá o que for, são de desligamento de suas antigas amizades para um novo estágio, as amizades do casal. Estas amizades perdem sua pureza e essencia, visto que, além de recentes, são muitas vezes baseadas no interesse entre as partes. Não é aquela coisa de camaradagem, profunda. Tem mais viés de escala social, de competição patrimonial, coisa chata pra caramba. Depois de alguns anos de casados, muitos casais entendem que não deveriam ter se afastado tanto de seus verdadeiros amigos e decidem voltar atrás, ocasionando mais brigas e conflitos à relação. O casamento mata a sua vida social, te isola.

Quando vocês namoravam tinham uma vida sexual daquelas. Estou afirmando isso pois é verdade, quem nunca ficou sem ver a namoradinha por uns quatro dias e voltou louco para fazer dela uma "amazonia moderna"? (pra entender essa precisam ter uma mente poluída nível 5, manja?) Pois é, o fato de não ver seu parceiro ajudou a aumentar sua libido, que no fim ajudou a estreitar ainda mais sua relação com este. Ao estar com ele sob o mesmo teto, é obvio que isto será cada vez mais raro. Pelo contrário, você vai querer fugir dali pra ter este elan sexual de novo. É uma contradição louca, aquilo que te faz se aproximar de seu parceiro é aquilo que, mais pra frente, te fará se afastar. Seria comico se não fosse tragico. O casamento mata o tesão.

A consequencia do paragrafo acima é o tedio sexual. E não me venham estes sexologos de merda com absurdos do tipo: "apimentem sua relação com brinquedinhos sexuais, roupinhas, role playing, perucas etc." isto é tudo balela. Por baixo daquilo tudo continua a mesma pessoa, com seus mesmos defeitos e hábitos irritantes. O que me lembra uma coisa: Se durante o namoro aquela pessoa tem algum traço que te irrita, isso dobrará no casamento. Mulheres, especialmente (perdoem-me por criticar tanto vocês), tendem a piorar após o casamento. Aquela namorada legal que você tinha vira uma mulher cheia de cobranças, reclamando de tudo e todos na sua vida. Se faz necessário compreender quem é seu parceiro antes de casar, saber seus defeitos, mesmo aqueles que ele tenta ocultar, pois pode ser uma armadilha no futuro. O casamento transforma as pessoas.

Num dado momento da relação estável, seus olhos se voltam para outros possíveis parceiros. Este é o estágio que a mulher mais gosta, pois é aí que elas buscam a razão de serem quem são. Os homens, neste estágio, começam a reparar em outras mulheres, visto que o casamento se torna uma falácia na vida deles. É aí que surge a infidelidade, e mesmo que a mulher não descubra (elas sempre descobrem), a culpa sempre recairá sobre os homens pelo casamento falido. É um baita jogo de empurra, mas que elas sempre vencem, pois homens não conseguem jogar o jogo da relação estável. Em tempo, hoje em dia, devo reconhecer, não é mais privilégio dos homens o adultério. A coisa meio que se equilibrou. O casamento gera traição.

Os filhos chegam e tudo parece bonito e claro, belo e sublime, como diria Dostoiévski. O casal se torna algo como passarinhos fazendo seu ninho, com aquela situação meio Disney Story, com coisas rosinhas ou azuis. De fato, a coisa fica bonita de se ver. No início é um fator de união do casal, é um projeto em conjunto. Tudo isso dura mais ou menos o período em que a criança ainda é incapaz de tudo. A distribuição de responsabilidades, coisa importante nas relações do século XXI, ainda é um mistério pra muitos homens e o peso da criação e educação dos filhos acaba recaindo muito na mulher. Neste período os conflitos são latentes, e muitos divóricos surgem nos primeiros sete anos da criança. O casamento gera filhos, e filhos geram brigas.

A coisa funciona mais ou menos assim: Não funciona. Não há nada que se possa fazer. Pessoas vão se conhecer, vão namorar e vão casar. Faz parte da cultura mundial cultuar o casamento como algo mister em nossas vidas. Entende-se como fracassado aquele que evita este comprometimento, ainda mais numa sociedade católica como a nossa. Aqui o casamento é visto como a redenção do homem, excessivamente boemio, putanheiro e notívago (entendam como quiser). Para a mulher é um premio pela mesma ter sido virtuosa e casta durante sua vida. Ou seja, ambos se juntam para agradar aos olhos de outros e não aos seus próprios. O relacionamento vai esfriar, isso é obrigatório, é um resultado do tempo e do excesso de conflitos normais ao casamento. Cabe ao casal ter, entre si, um grau de tolerancia imenso dos defeitos de um e de outro. Somos criaturinhas muito defeituosas, e quando duas se juntam a intolerancia impera.

Em minha humilde opinião, a melhor forma de se manter o casamento é ser cego às falhas do parceiro, esquece-las, sumprimi-las. Casais que não se suportam duram menos. Se você for homem, tente a qualquer custo arranjar uma mulher que te complete sexualmente, pois se no namoro existir alguma discrepancia sexual, nem se junte. Quanto à mulher, tanto faz, para ela sexo é secundario mesmo. Exijam privacidade, sempre. Se for pra morar num quarto e sala, exijam ter um espaço para si proprio. Há horas em que você quer ficar só, e isso deve ser respeitado. Não ignorem ou esqueçam os amigos do passado, mesmo que sejam solteiros. O casamento é uma biosfera onde muitos precisam suprimir alguns comportamentos como meio de evitar brigas. Seus antigos amigos te entendem, e para eles você pode dizer tudo. É a melhor válvula de escape para um casamento, e se faz importante bater o pé neste quesito: Manter os amigos! Claro que dividir bem o tempo com eles e seu parceiro é mais importante ainda. Não percam a forma física. Muitas pessoas que casam se tornam desleixadas fisicamente e menos atraente. Não pense que só porque aquela pessoa fez um pacto de amor com você, que ela não deixará de ter tesão por sua figura caso fique rotundo e fétido. Cuide-se! Se for ter filhos, os tenha tarde na vida. Deixe para aquele momento onde a relação vai naturalmente esfriar, e eles virão como um combustível para manter o casal ainda mais junto. Quando os temos cedo demais, estamos ainda imaturos e despreparados. Queremos, por vezes, curtir nosso parceiro ainda. Quando eles chegam, ao menos a mulher, se torna altamente inacessível, exigindo muita paciencia do homem. Por fim, antes de casar, namore muito, beije muito, transe muito, conheça uma miriade de pessoas antes de se decidir por uma. O mundo está cheio de gente por aí que merece ser apreciada rapidamente, numa noite somente. Mas também há pessoas que podem ser aquelas tais, aquelas que serão dignas de um relacionamento longo. Se faz necessário esperar, não case por impulso. Por fim, delineiem o que é bem do casal e o que é bem proprio. Isso pode dar problemas num provavel divorcio. Já este é um outro assunto...

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