quarta-feira, 12 de agosto de 2009

CRÔNICA SOBRE A MONOGAMIA

Você é monogâmico? Eu sou monogâmico? Quem é monogâmico? É engraçado o quanto esta palavra esta em voga atualmente: monogamia. Há muito não nos questionamos quanto a este comportamento, porém ainda vamos nos questionar. Indubitavelmente, estar com uma pessoa somente nos relacionamentos amorosos nos trouxe avanços comportamentais. Pessoas monogâmicas são mais propensas ao sucesso, pois podem se concentrar mais na busca pelo mesmo, uma vez que o parceiro sexual está garantido. A monogamia ajuda nas relações sociais, pois pessoas casadas são mais bem vistas socialmente do que as solteiras, uma vez que seu comportamento exala responsabilidades e comprometimento, algo em falta na sociedade atual. Ser monogâmico também é mais barato. A busca pelo sexo gera custos, e obviamente, dois salários são melhores que um (se ambos estiverem empregados).

O cristianismo ajudou a perpetuar a monogamia como comportamento correto em seus dogmas, e o casamento religioso é condição si ne qua non na sociedade ocidental. O próprio Estado aprendeu a reconhecer a união entre dois seres-humanos de sexos distintos como meio de distribuir direitos às partes envolvidas na mesma, ou seja, o casamento se tornou, acima de tudo, um contrato social.Sempre foi assim? Não, obviamente. Antes do cristianismo sabemos que nossos ancestrais eram poligâmicos. Para não fugir do ocidente, nos voltemos para o Império de Roma. Havia a união entre casais, mas a poligamia era regra aceita nesta sociedade. Por muitas vezes, até com traços marcantes de homossexualismo. Na Grécia antiga não havia muita diferença, ou seja, o sexo, como condição fisiológica comum, era plenamente livre de qualquer impedimento, seja legal, seja religioso, entre seres como um todo. Concluímos, portanto, que o cristianismo trouxe a monogamia à sociedade medieval, e a mesma perdura até os dias de hoje.

A grande questão é se realmente respeitamos isto. É fato que inúmeras análises estatísticas depõem contra a monogamia. Diversas pessoas, numa condição de segurança, admitem terem tomado parte em algum tipo de relacionamento múltiplo. Cada um que lê este texto pode muito bem olhar para sí e buscar suas próprias verdades intangíveis. Mesmo que não tenham realmente traído, no mínimo pensaram nisto. É muito simples explicar isto. Não se apaga milhares de anos de evolução como polígamos em algumas centenas de anos. É muito difícil mudar um comportamento que sempre tivemos por causa de um paradigma religioso. Isto só reforça o quanto nós ainda temos muito o que evoluir. Agimos de uma forma e pensamos de outra, nos postamos de uma forma na sociedade, e entre quatro paredes somos outra. Até quando viveremos assim?

O próprio cérebro humano é quem o trai. Nossa mente, como sempre digo, tem reações muito instintivas. Os homens, ao verem uma mulher de quadris largos e seios fartos tendem a perderem a linha. Isso se deve pelo simples fato de o nosso cérebro reconhecer nesta forma feminina uma mulher fértil. No caso das mulheres, o que mexe com seus hormônios são homens inteligentes, fortes e com traços másculos. Isto ocorre pois homens assim podem prover mais segurança em geral a uma mulher e seus filhos. Vivemos ainda dos nossos instintos, e nossa racionalidade ainda não reconhece os mesmos, tornando-nos verdadeiras contradições ambulantes.

A conclusão de tudo isto é que, apesar de nós almejarmos muito casarmos, termos filhos, sermos monogâmicos e desejarmos fazer sexo sempre com um parceiro somente, estamos sempre batendo de frente com nosso cérebro tão desenvolvido, mas ao mesmo tempo ainda bastante primitivo. Somos indíviduos em guerras internas constantes entre nossos impulsos e nossa razão, que nos força a sermos civilizados mesmo quando queremos, ou desejamos demais cair em "tentação". Sou muito cético quanto ao futuro de nossa sociedade, e continuo achando que a religião atrapalha muito nosso desevolvimento social ao causar-nos mais conflitos do que prover soluções. Prevejo que chegaremos a um ponto onde nossa sexualidade estará tão a flor da pele, que simplesmente a monogamia não mais se sustentará. As tentações são muitas, e estão cada dia mais latentes. As paixões são mais efêmeras e os tesões idem. O que nos serve hoje, já não serve mais amanhã. As mulheres estão cada dia mais lindas, mais joviais e mais liberadas. Os homens estão cada dia mais sensíveis, bonitos e saudáveis. Será difícil se prender demais, pois sempre alguém melhor estará na próxima esquina. À medida que as pessoas se desprenderem de princípios religiosos, aos poucos as mesmas entederão melhor a sí mesmas, e tomarão suas decisões sexuais/amorosas baseadas somente em sentimentos, e não em obrigações religiosas.

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