terça-feira, 18 de agosto de 2009

Podemos Morrer, Não Esqueçam.

Por toda a nossa existência sempre haverá um temor que se transforma em certeza sempre que paramos para pensar na morte. É uma fase natural da vida, muitos dirão. É uma certeza inexorável. É uma passagem para outro plano. São diversas as definições e maneiras que a nossa mente assume para esse fenômeno natural inerente à vida. A religião ajuda muito a diversificar as opiniões e definições sobre ela.

Afinal de contas, pensando friamente, o que difere a morte de um homem e de um animal? Ou de uma planta? Fisiologicamente pensando, nada. No que tange ao reino animal, em que pese o tempo de vida, quase todos os animais morrem da mesma forma. Perecem com o tempo, padecem de uma moléstia qualquer ou são mortos por outro animal. No que tange aos seres-humanos, temos um cérebro muito desenvolvido que nos faz ser os únicos seres que pensam e que, talvez, reconheçam a existência da morte. Ora, se temos consciência da morte, por que não entramos em parafuso ao estarmos tão próximo dela no dia a dia? Não existe explicação para isso. Somos mortais, e disso sabemos somente. No fim, tudo que nos resta é flertar diariamente com o risco de morrer antes de atingirmos qualquer objetivo na vida. Temos muito medo disto, pois cada dia mais queremos viver intensamente cada momento. Já ouviu alguém dizer que o tempo passa mais rápido hoje em dia? Isso se explica facilmente, ou seja, não é o tempo que passa mais rápido. A terra continua girando à mesma velocidade. Nós é que preenchemos nossa vida com mais atividades a medida que nos desenvolvemos como sociedade, e isso faz que o tempo passe mais rápido. Antigamente, sem eletricidade, entre outras coisas derivadas disso o tempo era extenso e a vida, mais pacata. A tendência é que as gerações atuais sintam que seu tempo será cada dia mais curto para realizar cada vez mais tarefas, e o resultado de tudo isso é a insatisfação e o estresse.

Engraçado também é compreender o porquê de mais seres-humanos terem vontade de passar perto da morte, e ter um certo prazer nisso. Alguns dizem que a Adrenalina é viciante, e eu não duvido. Por ser um hormônio, a mesma é uma droga natural e, logo depois que é despejada no nosso cérebro, a mesma gera um prazer indescritível, só comparado ao momento pós-orgasmo. Por essas e outras, vemos indivíduos se jogando de aviões, pontes, prédios, correndo com veículos, motos, aviões etc. Acredito que esse comportamento deve ser cada vez mais estudado, visto que é interessante perceber o quanto a Adrenalina é um elemento, produzido pelo próprio corpo, que é supressor do medo da morte.
No aspecto religioso, acreditamos na certeza que no pós-morte viveremos na eternidade. de uma forma ou de outra, isso sempre se encaixa numa doutrina ou outra. Nem quero discutir isso, mesmo porque nos ajuda a superar uma certeza que nossa existência é finita. Entretanto, deve-se entender que a religião se esquece de um aspecto interessante: Somente os humanos têm uma vida após a morte? Os animais parecem não ter esse direito, ou melhor, ter uma alma. E a morte de muitas pessoas durante um desastre, como o de 11 de setembro de 2001? É uma grande encomenda divina que aquelas pessoas se juntem num mesmo local e que todas morram de uma vez? E os sobrevivente, ganharam outra chance? Para estas perguntas, a resposta é sempre a mesma: São os planos de Deus. Fica tudo mais fácil quando deixamos para Deus a culpa pelos nossos mortos e nossos sobreviventes.

Em conclusão, estar em harmonia com nós mesmos é a melhor maneira de lidar com esse inevitável momento. Vindo a morte num momento oportuno ou não. É importante saber que nem todo o mundo, ou quase ninguém, morre velhinho dormindo na cama. Muitos elementos atuais podem apressar esse momento, sejam moléstias (câncer, pandemias, HIV etc.), sejam desastres (avião, carro, ônibus, terrorismo etc.) ou sejam mortos por um semelhante, a morte está à espreita,e nossa vida pode ser abreviada sem aviso. Temos que estar sempre preparados, pois para morrer, basta estar vivo!

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