quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Os Sarneys E A Falta De Vergonha do Brasileiro.

Que o Brasil nunca foi um país sério, todos aqui já sabem. Independentemente se o Gal. De Gaulle realmente afirmou isso, nós podemos fazer esta auto-crítica sempre que imaginarmos o quanto precisamos evoluir como sociedade. A falta de comprometimento do brasileiro comum com a política é digna de riso, e deve ser sempre lembrada quando estamos em período de eleições. Uma imensa maioria de candidados despreparados e, de certa forma, ridículos invadem nossas vidas, sejam na rua, sejam nas comunicações ou até mesmo no corpo a corpo tão conhecido no período eleitoral. Nada é comparável à falta de capacidade do brasileiro em escolher seus líderes/representantes.

Entretanto, é difícil de compreender como podemos ser ainda mais estúpidos ao permitirmos o continuísmo na política. Já não bastasse elegermos inelegíveis, mantemos os mesmos algozes da boa governança no poder por mais tempo que os mesmos mereceriam. Os exemplos não cessam: ACM (falecido, mas onipresente), Sarney, Calheiros, Jereisatti etc. O cheiro do velho e retrógrado coronelismo paira sobre o Senado e o Congresso Nacional. Quem os elege sempre? É uma pergunta velha com sempre a mesma resposta: os pobres eleitores do norte e nordeste, que trocam seus votos por um açude, ou uma cesta básica. Enfim, nada muda.
Depois de diversos escândalos no Senado, o mais atual deles, que envolve a família Sarney, na figura de seu patriarca, é digna de vergonha. Não só o nepotismo, mas o tráfico de influência, a troca de favores, a corrupção de colegas de senado, ativa ou passiva, enfim, uma miríade de acusações fundadas mas ignoradas inclusive pelo próprio chefe do executivo, o Excelentíssimo Senhor Presidente Luís Inácio Lula da Silva. Ora, este é um caso ainda mais descabido. Em sua campanha para presidente, quando disputou com Roseana Sarney uma vaga na Presidência da República, o mesmo atacou ferozmente a família da moça, com acusações seríssimas de corrupção e lavagem de dinheiro, além de uso indevido da máquina governamental para benefício próprio, enquanto a mesma era Governadora do Maranhão. Hoje, o Sr. Lula "passa a mão" na cabeça branca e quase vazia da Vossa Excelência Presidente do Senado José Sarney, agente principal dos escândalos atuais, fingindo que não enxerga um palmo à sua frente, exatamente como fez em outros episódios de corrupção em seu governo.

Afinal de contas, continuaremos a aceitar as coisas como elas estão? Seria o brasileiro um povo tão passivo, que aceita qualquer coisa desde que não ocorra em seu prórprio quintal? Ou seria a moralidade do brasileiro tão débil quanto a dos seus governantes? A terceira opção é a mais correta. Afinal de contas, não é só a ignorância que mantem estes crápulas no poder. A complacência com eles também é um fator determinante, e é resultante da nossa própria falta de moral e bom-senso. É raro encontrar-se um homem, no Senado ou no Congresso, que não tenha teto de vidro e que possa tomar as rédeas de uma moralização nessas teóricas "casas do povo". A moral destes homens, e de quem os elegeu, é tão fraca que os mesmos têm de ser complacentes com seus atos de maracutaia.Não obstante, ainda temos que tolerar bate-bocas cada vez mais cabeludos em sessões que deveriam servir, em teoria, para aprovar leis e medidas de extrema importância para o funcionamento do país, que estão em pauta há anos. Termos chulos, xingamentos cada dia mais baixos, são a ordem do dia quando há um escândalo na política. O denuncismo reina entre os ternos rivais da política brasileira.

Concluindo, não prevejo quem ou o que poderá moralizar este país, mas entendo que somente a morte por velhice pode impedir que estes cidadãos de baixa moral se perpetuem no poder, visto que sempre haverá votantes e simpatizantes desta corja. A máquina governamental brasileira, com suas engrenagens enferrujadas e com dentes quebrados, não consegue dar andamento ao que é de mais básico na condução dum país. A falta de moral e ética no governo dará ao povo cada vez mais a idéia que a impunidade reina no país, ditando o comportamento vil que não abandona o brasileiro há séculos, que é a sua conduta torpe perante a sociedade e a falta de senso de comunidade. É o ciclo da patifaria. É o Brasil: O parque de diversões da família Sarney.

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