quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O Que Move A Violência?

  Por quê escrever intenpestiva e agressivamente, quando todos sabemos que tal comportamento já não é mais referência na sociedade atual? Ser agressivo, seja com palavras ou gestos, não causa mais nenhuma sensação nos dias de hoje e, sim, é parte do nosso dia-a-dia.

  Quando ler um jornal, assistir televisão, filme ou a uma peça de teatro, lembre-se que nossa agressividade está sendo liberada em doses cavalares em nosso semelhante, gerando nojo de nós mesmos quanto a tudo aquilo que nos cerca. Crianças, jovens, adultos e velhos. Todos vítimas e agentes da violência diária. Como não se desencantar com um mundo, na teoria tão belo, e na prática tão podre? Sim, a sociedade se perdeu em algum ponto, indefinivelmente se perdeu no processo evolucionário, onde éramos seres tribais por virtude e meio de sobrevivência.

  Com tanta facilidade para se obter a felicidade atualmente, por quê não a alcançamos? Será que a frustração do fracasso nos leva a sermos destrutivos contra nossa própria espécie? É isso. Somos todos frustrados num mundo que tenta nos elevar, porém nos derruba ao estar sempre nos lembrando daquilo que não podemos ter. Afinal de contas, para quê serve o marketing senão para nos lembrar que estamos obsoletos na cadeia de consumo? Daí surge o ímpeto de agredir, de regredir, agir como meio homem, meio animal. Infringir regras nos ajuda a nos sentirmos vivos, quando o mundo nos quer mortos. Somos vítimas da nossa própria evolução, padecemos num mar de ambiguidades as quais não conseguimos nos livrar sem que cometamos o maior dos pecados: Destruir nosso semelhante.

  Quem me define como agressivo não me descobriu ainda. Já ouviram falar em defesa ou fortaleza? Sim, estar na defensiva ajuda a proteger nossas vulnerabilidades, nos dá uma falsa sensação de poder, que, no fim, nos dá uma chance de sobrevida num mundo tão competitivo. Sou um poço de sensibilidade, como dizia a música, me derreto por paixões tenras por seres-humanos que guardo para mim, como um item colecionável que em meu leito de morte passarei a quem puder me ouvir, ainda moribundo das doenças da velhice (espero que seja assim). Tal sentimentalismo adoece-me, causa-me calafrios de tanta falta de carisma, auto-confiança e uma dose de inteligência. Se brilhante fosse, jamais revelaria isto a ninguém, jamais sentiria nada por ninguém, seria um muro inalcançável, um iceberg pronto para derrubar qualquer um que fosse em minha direção. Entretanto, pareço duro, demonstro pulso, lato como um cão raivoso para que não saibam que dentro de mim, sou macio como uma bola de algodão. Ajo na defensiva para não ser indefeso.

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