terça-feira, 18 de maio de 2010

Aonde Errei, Hein?

Estou assombrado! Fazia muito tempo que estava resignado a uma situação de puro cotidiano, expectativas medianas, num marasmo gostoso, onde nada excita, nada nos trava e tudo parece normal, até demais. Me enganei. Mais uma vez - que ótimo! - resolvo complicar algo fácil demais de se levar, de se tolerar e até rísivel de alguma forma. Não é engraçado quando somos confrontados com alguns desafios, que de tão improváveis, queremos assumi-los como algo mister na vida? Fui desafiado a, de novo, provar do amargo gosto do amor sem recíproca.

É uma idiotice sem fim querer ser amado por alguém, esperar reconhecimento, valorização, é coisa de incalto. Já passei desta fase, preciso criar alguns calos sentimentais e evitar cair em tolices. Fica complicado para a autoconfiança de qualquer um ser sempre negado na hora em que mais se entrega. Tenho que parar, preciso cortar os vícios, especialmente a intransigência e a cabeça dura, essa sim, não condiz com a minha personalidade. Não sou teimoso, sempre digo. Sou insistente, é diferente. Se algo me parece improvável, ou melhor, longe da realidade, prefiro me afastar gradativamente.

Contudo, o que se fazer quando você se afasta e o objeto do seu vício, soslaiamente, reaparece sem motivo algum, dando indícios de desejos ocultos? Caio de novo na esparrela de lhe dar meu valoroso minuto de atenção? De desperdiçar minhas doces palavras e bons fluidos com gente que está mais preocupada e em se autovalorizar, e para tal, desvalorizar outros? Não, é burrice demais. Insistir em ser diminuído está mais ligado até mesmo ao masoquismo, coisa já citada por aqui. Não estou nem para sádico e nem para masoquista. Sou só mais uma criaturinha buscando ser feliz, e nada mais. Não me proponho a cair em jogos adolescentes de amor, numa busca incessante de quem tem a "mão' numa relação perversa e sem sentido.

Estou em outra. Não que me felicite viver um marasmo, uma mesmice. Quero excitação, quero movimento, descobertas e razões mil para viver, assim como qualquer um. Mas não posso ser um tolo a ficar tentando descobrir charadinhas jogadas a esmo por aí, com o intuito de perceber se sou amado ou não. Não, não serei o peixe que irá fisgar sua isca. O rio está cheio de iguarias igualmente deliciosas, que me podem saciar a fome da mesma forma que você me satisfez. Você é só mais uma pessoa, quer controlar aquilo que não tem sob controle. Quer distante, e ao mesmo tempo perto alguém que te faça sentir maior do que realmente é. Você é nada mais que um protótipo de ser humano ainda, precisa se decepcionar muito para que possa chegar a um alto nível pessoal, valorizar os sentimentos dos outros e respeitá-los. Evolua!

Quanto a mim, quero de novo me apaixonar pela vida. Quero reencontrá-la, pois com o tempo percebo que a mesma está em contagem regressiva para mim. Quero viver alegrias, e tenho as ferramentas para isso. Amargura e melancolia não fazem parte da minha personalidade, nunca fui falsamente alegre e nem genuinamente triste. Dou forças a quem divide da mesma idéia que eu, e felicito quem consegue por tudo isso em prática. Eu vou tentando aqui, como no dito popular, "dando murros em ponta de faca", e um dia, talvez acerte, de alguma forma, uma superfície macia, que me dê a paz que necessito para ser feliz. Estou evoluindo demais, e quero levar alguém comigo nesse processo.

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